
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: O QUE NOS QUEREM DIZER?
“Os pulmões são os órgãos principais da respiração, pois é ao seu nível que se fazem as trocas gasosas entre o ar e o sangue (transformação do sangue venoso em sangue arterial). Alimentam, portanto, o organismo de oxigénio, carburante das células e eliminam o dióxido de carbono, resíduo da combustão dessas células. Os problemas nos pulmões são muito numerosos e incluem todos os problemas respiratórios.” Louise Bourbeau, 1997.
Mas então o que representa um problema nos pulmões em termos emocionais?
“Os pulmões têm uma ligação direta com a vida, o desejo de viver, a capacidade de bem viver, pois levam o oxigénio às células, portanto a vida ao corpo humano. Um problema nos pulmões indica que a pessoa afetada tem dificuldade em viver o presente. Sente-se triste, quer sinta desespero ou desânimo e não deseje viver, ou se sinta sufocada por uma situação ou por uma pessoa, o que a impede de aspirar a vida a seu gosto.”
“Pode ter a sensação de não dispor do espaço necessário para se mexer a fim de sair de determinada situação.”
Numa sociedade em que as pessoas vivem a correr acabam por não saborear o presente. O passado e essencialmente o desejo de um futuro melhor, ocupam a maior parte do espaço mental e emocional. O físico acaba por se ressentir de uma maneira ou de outra. As chamadas de atenção que cada pessoa vai sentindo, das mais subtis às mais desafiantes, surgem aqui e ali mas, mas na maioria dos casos, rapidamente ficam esquecidas.
SERÁ ESTA UMA CHAMADA DE ATENÇÃO GLOBAL?
Talvez! Talvez seja uma chamada de atenção para que se viva mais o aqui e agora. Para que se adotem estratégias de “esvaziar a mente” e preencher a alma com o que aumenta os níveis de prazer. A viver em forma de corrida, que seja por corridas escolhidas de forma consciente e que promovam bem-estar e sensação de plenitude.
Nos últimos tempos, em contacto com vários e diversificados grupos de pessoas, consegui aperceber-me de três “cancros” que corroem a nossa sociedade. Falo deles regularmente e fiz por ajustar as minhas estratégias de trabalho ao auxílio para a cura ou minimização dos mesmos. Verdade que tomar consciência já começa a ser mais fácil… implementar novos hábitos nem por isso. A consistência a que obriga a implementaçao de um novo hábito exige aquilo que por norma dizemos que não temos: TEMPO.
QUAIS SÃO OS CANCROS?
O TEMPO é o primeiro. Não que tenha de o ser, mas a afirmação na nossa mente de que não temos tempo (para isto ou aquilo), acabou por ser absorvida pelas nossas células, predispondo o nosso corpo físico a correr como se treinasse para uma maratona – que ao longo desse mesmo tempo parece não fazer chegar a lado nenhum. Claro que o cerne aqui não é o tempo propriamente, mas a gestão do mesmo que advém de prioridades mal definidas. Os hábitos sociais e as circunstâncias externas que vão impondo este estilo de vida representam o cancro maior. Na verdade, cada pessoa está por sua conta e a ela compete dizer “NÃO”.
Outro cancro é a AUSÊNCIA de PRAZER. Exatamente por “não se ter tempo”, a primeira coisa a cortar da rotina diária é aquilo que promove o prazer. Desconstruindo este assunto, saliento apenas que é nesses momentos de prazer que nos reabastecemos internamente com o melhor dos combustíveis. O combustível “felicidade” que nos faz acreditar que vale a pena viver. Neste estado de espírito os desafios são relativizados e melhores estratégias adotadas.
Não menos importante, está o cancro “SABOREAR“, que advém da necessidade de celebrarmos as nossas conquistas, seja por um desejo concretizado, seja por um desafio superado. E porque não se saboreia? Porque “não há tempo”. No fundo percebemos que se torna num ciclo vicioso.
Não se vive, não se oxigenam as células, não se alimenta nem o corpo nem a alma.
O QUE FAZER?
A ciência é sem dúvida uma enorme aliada, em quem devemos confiar e dedicar muitas das nossas esperanças.
Há, contudo, um trabalho pessoal que deve ser iniciado por cada um, num ato de auto-responsabilização. O lado bom de assumirmos que somos nós, em primeiro lugar, que nos pomos doentes, é perceber que temos a mesma capacidade de nos curarmos.
ADOTAR UMA ATITUDE OTIMISTA É DETERMINANTE.
Está mais do que comprovado que uma atitude otimista é determinante para a cura física. Perceber a origem emocional das doenças acelera a tomada de consciência, que por sua vez, poderá auxiliar à elaboração de um diálogo interno mais positivo.
Sugiro algumas reflexões importantes e que podem auxiliar a uma mudança de mindset:
VELOCIDADE (TEMPO):
A que velocidade me sinto a percorrer o meu caminho de vida? A que velocidade vivo a minha atividade profissional? Gosto que a velocidade faça parte da minha vida? Como? A que velocidade costumo conduzir no dia-a-dia? Gosto da adrenalina que a velocidade provoca? Sinto que tenho dado o tempo necessário à minha vida amorosa? Sinto que dou o tempo necessário à minha família? Que valor atribuo ao tempo? Se pudesse para onde viajava em alta velocidade? Vejo o tempo como uma verdadeira bênção? Olhando para trás no tempo, o que me iria permitir viver de outra forma e mais tranquilamente? Que aprendizagem posso tirar daí? Que tempo me dou diariamente para promover o meu autoconhecimento? Que tempo dou às minhas rotinas de higiene física, mental, emocional e espiritual? O que faz parte dessas rotinas? O que posso melhorar?
Marta Rodrigues




