
EGO OU EGOCÊNTRICO?
Atualmente ouvimos falar de EGO com grande frequência, mas questiono-me: será que sabemos exatamente o que é o Ego? Será que aplicamos este conceito de forma correta?
A verdade é que nos dias que correm há uma massificação de informação em relação a muitos assuntos. E, se por um lado, o acesso à informação é bem mais fácil do que há uns anos atrás, por outro lado, parece-me a mim, que caímos no erro de desgastar e descaracterizar assuntos e conceitos importantes. A massificação pode ser tão benéfica quanto prejudicial, principalmente quando deixamos de lado o espírito crítico e a vontade de mergulhar nos assuntos em maior profundamente para os compreendermos melhor e até validar as diferentes fontes de informação que nos chegam.
Então vamos lá: EGO vs EGO.
No senso comum ou no uso mais popular, Ego representa a admiração que uma pessoa tem dela mesma. Este conceito é usado quando se percebe que uma pessoa tem uma auto-estima muito elevada e dá demasiada importância a si mesma, chegando ao ponto de ser considerada egocêntrica. Há, portanto, uma imagem exagerada da pessoa sobre si própria.
No sentido mais complexo deste conceito, EGO foi definido por Sigmund Freud, pai na psicanálise, como o elemento principal da nossa instância psíquica, que se junta ao ID e ao SUPEREGO.
Para iniciarmos esta explicação, vamos precisar de compreender sucintamente o que é o ID e o SUPEREGO.
ID – O ID é o elemento inato do indivíduo, ligado aos instintos, aos desejos e às pulmões primitivas. O ID é guiado pelo princípio do prazer, não respeita regras e não há definição entre o certo e o errado.
SUPEREGO – O SUPEREGO evolui a partir do EGO e representa o elemento social desta trilogia. Resulta em grande parte dos castigos, imposições, e regras impostas na infância. Representa a censura, a culpa e o medo da punição, bem como, a moral, a ética, a noção de certo e errado e as normas sociais.
Continuando, o EGO seria, para Freud, o elemento principal entre os três. O EGO representa a instância da mente humana que corresponde ao princípio da realidade, e uma das suas funções passa por limitar o ID quando considera os seus desejos inadequados para determinado momento ou ocasião. O EGO tenta satisfazer os desejos do ID mas de uma forma socialmente aceite.
O EGO sabe que ser egoísta não é favorável a ninguém a longo prazo. Alguém com um EGO menos desenvolvido, seria guiado exclusivamente por impulsos primitivos, numa procura incessante pelo prazer.
Resumindo, O EGO é o mediador entre as exigências do ID, as limitações do Superego e a sociedade.
Com esta explicação sucinta, espero ter contribuído para uma melhor compreensão do que é o EGO.
Por que não usar a palavra egocêntrico quando nos queremos referir a alguém com uma admiração exagerada de si mesmo e a palavra EGO para nos referimos à instância da nossa mente responsável por mediar os nossos impulsos primitivos e as limitações provenientes da moral?




