
O QUE FAZ PARA TER ESSA TRANQUILIDADE QUE TRANSMITE?
Esta é uma das perguntas que mais me fazem. O que posso partilhar é que não há fórmulas mágicas ou recomendações que funcionem de igual maneira para todos.
Confesso que não há nada que vos sugira que eu não faça para mim mesma. Não há nada que eu aprenda que não coloque primeiro em prática na minha vida. E é assim que eu meço o meu grau de sucesso na vida, seja em termos pessoais ou profissionais.
Mas indo de encontro à pergunta, uma das coisas que mais impacto tem vindo a ter em mim mesma, foi a decisão que tomei de viver um dia de cada vez. E talvez reformule esta expressão para “sentir um dia de cada vez”. Isso implica o que a palavra sentir de mais profundo quer dizer e começa logo ao acordar, sentindo como desperto, como se apresenta o dia e como isso vai estar refletido nas horas seguintes.
Sentir implica direcionar o pensamento e as ações para aquilo que se revelar como sendo prioritário, nesta percepção inicial que tenho de manhã.
“Sentir um dia de cada vez”, – e isto não pode ser só uma expressão bonita, nem é um estilo de vida -, é algo muito profundo que se deve refletir com naturalidade na nossa forma de viver e consequentemente no nosso estilo de vida. Implica não procurar ter previsões do futuro ou ascender a dimensões que ainda são desconhecidas. Implica pôr de lado, a curiosidade (por vezes tão prejudicial), de conhecer tanto o nosso passado que corremos o risco de entrar em processos de desrealização e perturbação mentais, que deixamos de saber onde estamos e quem somos.
Quando sentimos um dia de cada vez, se o passado, nesse dia for uma prioridade, “ele” arranjará forma de se fazer sentir presente e aí tomamos consciência e atuamos nesse sentido. Se o futuro for a prioridade, também arranjará forma de dar sinais e nós, “sentindo o presente”, vamos perceber esses sinais e agimos em conformidade com os mesmos. A consciência aqui deve ser que na soma final de cada dia, o passado ou o futuro, não podem ter a maior fatia do que foi vivido.
Quando escolhemos não viver no passado nem no futuro, escolhemos abdicar do controlo e confiar… apenas confiar. No compromisso de dar-mos o nosso melhor todos os dias. E se em cada dia, seguirmos o “sentir”, compreendemos o que tiver de ser compreendido do passado, e evoluímos em qualquer uma das dimensões que o futuro possa trazer.
Tudo se torna mais translúcido, mais tranquilo e mais terreno. Afinal, espiritualidade é a procura pelo sentido da vida. E a vida que estamos a viver é terrena. E sim, eu procurei e procuro dar um sentido à minha vida terrena, construindo o meu “castelo” de baixo para cima. E isso implica começar com os pés bem assentes no chão, olhando para o céu. Talvez possamos todos deixar de querer ir ao céu tantas vezes… Talvez devamos deixar que o céu chegue até nós. A inspiração é a representação desse toque subtil do céu a chegar para melhorar a nossa vida.
E nesse “sentir um dia de cada vez”, percebemos que atividade física o nosso corpo nos pede nesse dia, que alimentos deseja, de que forma a mente deve ser alimentada, que tipo de comunicação privilegiar…. E para finalizar, sugiro que comecem o vosso dia a questionarem-se. Mas questões positivas e não aquelas perguntas que procuram respostas de coisas que não podem controlar, como: quando, como, onde, em que quantidade, com quem? Perguntem-se: “Como posso transformar este sentimento em algo de positivo para este dia?”, “Como posso fazer deste pensamento uma nova perspectiva ou visão?”, “Como pode este comportamento conduzir-me aos meus objetivos de hoje?”
Que cada ação seja o reflexo de um pensamento positivo, assertivo e consciente, nascido através do “sentir”. E lembrem-se… a perfeição não tem espaço numa vida real e terrena!
O meu lema é um pouco este: “Escolho construir o meu futuro dia-a-dia, encontrando o meu enquadramento para cada sentimento, pensamento e ação!”
Todas as emoções têm espaço, assim como todos os pensamentos. Eu convivo diariamente com o medo, a insegurança, a dúvida, a ansiedade… por vezes a revolta, a raiva… são todas bem-vindas porque todas elas dizem apenas que estou viva, que tenho sangue nas guelras e não estou adormecida. O que faço com cada uma dessas emoções é que transforma os meus dias em mais positivos ou negativos. E aí sim, há um trabalho diário e infinito.
Mas se quiserem saber melhor o que me leva a esta tranquilidade (que jamais será plena e constante), vejam o que eu partilho e publico. A minha forma de trabalhar é apenas um reflexo da minha forma de estar!




